"Ele foi grande, extraordinariamente amigo e, na minha ótica, o segundo maior piloto do Brasil, depois do Ayrton Senna"
Desde 1985, o circuito de Interlagos, Brasil, é conhecido por seu nome: José Carlos Pace. Mas quem foi ele? O que lhe causou a morte? E por que ele é tão lembrado? Este artigo responderá a estas questões.
Este cidadão nasceu em São Paulo, no dia 6 de outubro de 1944.
Em 1966 estreou no automobilismo, disputando provas de Turismo. Este piloto continuava a progredir no automobilismo e em 1970 disputou o campeonato inglês de Fórmula 3 o qual foi campeão.
Seu progresso continuava o que resultou um convite para ingressar à Fórmula 1. Sua primeira equipe foi a novata Williams que ainda usava carros da temporada anterior, da equipe March.
Por não querer de responder as perguntas, José Pace, passou a ser conhecido como “Moco”. Sua personalidade tímida, provavelmente foi o motivo de este piloto ser tão discreto em suas palavras.
Em 1972, Carlos Pace estreou na F1. Seu carro era muito fraco, porém ele conseguiu excelentes resultados em sua 1ª temporada. Conquistou surpreendentes três pontos, terminando o GP da Espanha em 6º e da Bélgica em 5º. Dos integrantes de sua equipe, apenas ele pontuou neste ano.
No ano seguinte, ele assinou dois contratos: Com a Ferrari (para disputar um mundial a parte conhecido como “Mundial de Marcas” e com a equipe Surtees, porém, a Ferrari, logo o trocou por Nick Lauda.
Mesmo sendo também uma equipe modesta, o piloto conquistou 7 pontos, fechando o mundial em 11º. Novamente, seu desempenho estava num nível muito acima de seus colegas de equipe.
Em 1974, ele foi convidado para pilotar o carro da Brabham. Ali, ele conquistou seu primeiro pódio no GP dos EUA, terminando a corrida em 2º lugar. Porém, em relação a seu colega de equipe, seu desempenho foi bem mais modesto.
Mesmo assim, em 1975, com seu estilo “muito arrojado”, era considerado um dos candidatos ao título. No 1º GP da temporada, ele estava em liderando a corrida quando seu carro apresentou problemas e ele foi forçado a abandonar a corrida.
No GP seguinte, o do Brasil, Pace conquistou sua 1ª vitória. Neste ano ele ainda conseguiu mais dois pódios, porém, a maioria das provas ele abandonou, terminando, portanto, o campeonato em 6º.
Fora das pistas, a maioria das pessoas gostava do jeito de ser dele. A seguir veja alguns comentários de algumas pessoas, que fizeram parte de sua vida e sua carreira:
Mesmo com os problemas que tinha em seu carro, por seu talento e simpatia, todos acreditavam em sua capacidade tanto em 1976 e 1977. Contudo, algo súbito encerrou sua carreira.
“O foco dele não era somente corridas de automóvel, como o dos outros. Era na verdade um grande bonachão, um grande sujeito” - Chico Rosa.
“Sua personalidade era complicada, mas ele era afável, até dócil e gentil no trato. Os europeus gostaram daquele estilo...” Luís Carlos Secco.
“Na pilotagem era um macho... Foi um mestre em superar desafios... Na mesma medida não perdeu a doçura, o encantamento. Eu estava na África do Sul, em 1973, na companhia do jornalista Chico Júnior. Tínhamos que voltar a Johanesburgo para enviar nossas matérias. Estávamos a pé, buscando uma carona. O Moco nos viu, perguntou o que estávamos fazendo e não pensou duas vezes. Saltou de seu próprio carro e nos emprestou, voltando ele mesmo a pé ao autódromo. Foi incrível...”. Lito Cavalcante.
“...Já na Fórmula 1... , Me viu na rua, debaixo de chuva esperando um táxi. Mudou o caminho e, fazendo festa, me levou onde eu queria ir. Ele jamais mudou, a fama não o afetou”. Washington Bezerra.
Em 1977, ele sofreu um acidente fatal. Diferentemente de acidentes de outros pilotos, Pace, não morreu em “acidente de trabalho”, como foi no caso de Ayrton Senna ou Gilles Villeneuve.
No dia 18 de março, o avião de pequeno porte, em que viajava, bateu em uma árvore na Serra da Cantareira, Mairiporã, São Paulo.
Sua morte foi imediata, assim, o automobilismo sofreu um duro golpe! Para muitos, ele também é conhecido como “o campeão que nunca conquistou um título”. “Se Pace não tivesse morrido, eu jamais teria precisado contratar Niki Lauda”, disse, em certa ocasião, Bernie Ecclestone.
Assim, José Carlos Pace foi um grande piloto e, uma boa pessoa fora das pistas. Enquanto houver Automobilismo e Fórmula 1, seu nome será sempre lembrado.