Os Pneus utilizados na Fórmula 1 formam a parte do equipamento considerada por muitos como o componente mais importante dos carros. Apesar de visualmente parecidos, os pneus da Fórmula 1, não têm nada em comum com pneus de carros de passeio.
A tecnologia de pneus da F1 fez um progresso enorme desde a parte adiantada do século 20. Hoje, as fórmulas que se usam são segredos bem guardados, mas os ingredientes principais incluem a borracha, o preto de carbono, óleos, enxofre e aditivos.
A temperatura adequada para os pneus usados na categoria passa em torno de 100º C. Isso porque antes que o carro vá para a pista, os mecânicos colocam sobre eles aquecedores especiais e retiram no momento em que o piloto decidi ir para a pista. Um técnico verifica a temperatura dos pneus em cada troca.
O desenvolvimento de pneus especiais, para competições vem de um tempo razoavelmente recente. As primeiras experiências ocorreram no circuito americano de Daytona em 1957 e seu uso transformou-se prática geral em 1962.
Os ingredientes que entram na manufatura dos pneus da Fórmula 1 têm somente uma finalidade: fornecer aderência máxima em todas circunstâncias e superfícies. Em 1995, os pneus slicks da Goodyear vieram em quatro compostos diferentes que variam de “A” (hard [duro]) à “D” (very soft [muito macio]). Em pista molhada, havia uma quinta opção, disponível caracterizando um teste padrão do pneu Super Mácio, capaz de suportar até 26 litros de água por o segundo em velocidades de até 300 Km/h. Os pneus de F1, são de pressão, sem câmara de ar que variam de 1 a 1.4 bar.
Para diminuir a velocidade dos carros, em 1998 a FIA implantou na Fórmula 1 um novo tipo de pneu. Esses não eram mais aqueles lisos chamados de slicks, mas havia três ranhuras ou sulcos nos pneus da frente e quatro nos pneus de trás. Com esse novo tipo de pneu, a aderência dos carros diminuiu consideravelmente.
Por esse motivo as fornecedoras desenvolveram, para os anos seguintes, pneus com quatro ranhuras dos pneus dianteiros e nos traseiros. Embora isso em si, tenha tirado pelo menos 20% da aderência do carro, a tecnologia aerodinâmica evoluiu de maneira sem precedentes. Assim, os carros se tornaram muito mais velozes.
Em 2009, os pneus da Fórmula 1 voltaram a ser do tipo liso, ou slick. Inicialmente, a marca Bridgestone fornecia os pneus para a categoria. Desde 2011 em diante, a Pirelli tornou-se a fornecedora exclusiva para a categoria. Desde então, foram reintroduzidos os tipos Super Duros e Super Macios. Os diferentes compostos, ou tipos, significam que os pneus estão bem adaptados a uma grande variedade de circuitos, de acordo com o tipo de asfalto, a quantidade e severidade das curvas além da velocidade máxima nas retas. Isto permite que as equipes possam utilizar uma ampla variedade de estratégias.
Para condições de pista molhada, houve um grande progresso também. Antes era usado apenas um tipo de pneus para dias de chuva, conhecido aqui como pneus “biscoito”. Desde o final dos anos 90, as equipes podiam contar com dois tipos de pneus: Intermediate e Wet (Intermediário e Chuva).
Os Pneus de chuva, têm como característica, os sulcos na banda de rodagem e são divididos em dois tipos: Chuvas fortes e intermediários. Os pneus de chuva forte podem ser facilmente reconhecidos pelos sulcos profundos na banda de rodagem para drenar água no asfalto molhado. Os intermediários têm sulcos menos profundos e são projetados para superfícies úmidas ou ligeiramente úmidas, bem como condições climáticas incertas.
Para facilitar o entendimento do público, a Pirelli decidiu simplificar as cores e as nomeclaturas dos pneus slick para o campeonato da Fórmula 1 em 2019. Basicamente, a F1 em 2019 terá apenas 3 tipos de pneus de pista seca: Pneus mácios, pneus médios e pneus duros, divididos em categorias ou compostos. Mas a realidade é bem diferente. De qualquer tentaremos abaixo explicar, conforme o site oficial da Pirelli. São eles:
C1 ou Composto 1, é o tipo de pneu mais duro dos pneus da Pirelli para 2019. Com o composto de dureza um pouco inferior ao da versão de 2018, ele foi projetado para circuitos que exigem maior esforço no apoio sobre os pneus, que normalmente apresentam curvas rápidas, superfícies abrasivas ou temperaturas ambientes altas. O composto leva mais tempo para aquecer, mas oferece maior durabilidade e menor degradação.
C2 ou Composto 2. Efetivamente é o mesmo tipo de pneus médios do ano passado. Um composto versátil, mas com a difícil responsabilidade de suportar situações adversas, ele se destaca em circuitos que tendem a altas velocidades, altas temperaturas e exigem esforço no apoio sobre os pneus. Esse pneu demonstrou ampla funcionalidade e adaptabilidade a grande variedade de diferentes circuitos.
C3, ou Composto 3, seria os pneus equivalentes aos compostos macios que foi indicado em quase todas as corridas do ano passado. Este tipo de compostos apresentam um equilíbrio muito bom entre desempenho e durabilidade, com a ênfase no desempenho. É um pneu muito versátil, que pode ser usado como um pneu de composto macio em uma pista de alta severidade bem como um pneu de composto mais duro em uma pista de baixa severidade ou circuito de rua.
C4 ou Composto 4. Este composto é parecido ao ultra macio de 2018 e funciona bem em circuitos estreitos/curtos e sinuosos. Possui um composto que aquece rapidamente proporcionando um alto pico de performance, mas por outro lado tem sua durabilidade relativamente limitada. No entanto, a consistência aprimorada dos compostos deste ano, deve significar que o composto mais macio será capaz de uma utilização mais versátil.
C5, significa Composto 5. É o tipo de pneu mais macio dos pneus da F1 em 2019. É o herdeiro direto do composto popularmente conhecido como Híper macio: o composto mais rápido que a Pirelli já fabricou. Este pneu é adequado para todos os circuitos que exigem os mais altos níveis de aderência (grip), sendo que a contrapartida por esse enorme ganho de performance e aderência é uma durabilidade consideravelmente mais curta do que os outros pneus da Pirelli. Aproveitar ao máximo possível o diferencial deste composto será a chave para a estratégia de corrida.
Pneus verdes, intermediários. Os pneus da F1 de 2019 intermediários são os mais versáteis entre os pneus de chuva. Eles podem ser usados em uma pista molhada sem lençol d'água, bem como em uma superfície que está secando. Estes pneus tem a capacidade de drenar 30 litros de água por segundo por pneu, a uma velocidade de 300 km/h. Possui um novo composto projetado para ampliar a faixa de trabalho, garantindo a sobreposição de aplicação entre os pneus slicks e os pneus de uso exclusivo no molhado.
Pneus Azuis, Chuva Forte. Os pneus chuva da Pirelli, de uso exclusivo no molhado, são a solução mais eficaz para chuvas fortes. Estes pneus podem drenar 85 litros de água por segundo por pneu, a uma velocidade de 300 km/h. Possui um novo perfil projetado para aumentar ainda mais a resistência à aquaplanagem, o que dará mais aderência ao pneu em caso de chuva forte. O diâmetro do pneu para uso exclusivo no molhado é 10 mm mais largo que o pneu liso.